23 de mai. de 2010

Platônico Amor

O que ela queria era dizer que o amava. Mas tropeçava nas falas, confundia as mãos. E calava o desejo num bom dia quase sussurrado. Todo dia. Acompanhava seu ir e vir pelos corredores do escritório e devolvia o sorriso discreto. Cúmplices. Falavam da vida, do tempo e de nada. E ela se consumia de sonhos e planos, onde ele era a peça ausente no quebra-cabeça perfeito da sua platônica relação.

Em casa, chorava em silêncio, afogando angústias no panela de brigadeiro. E se prometia diferente no amanhecer. A coragem enfim de dizer o que sentia, tinha certeza, viria com os primeiros raios de sol;

Mas eram os olhos dele que silenciavam seus desejos. Era deles, que sentiria saudades se no lugar da confirmação, viesse apenas a certeza de bons amigos.

Por isso, encarava confissões e disfarçava a boca sedenta por um beijo, o corpo quente de vontade. E rolava a noite, imaginando possibilidades...

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